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sábado, 11 de junho de 2011

CASTIDADE


A castidade é chamada por S. Pedro Damião "Rainha 
das virtudes". Quem triunfa do vício contrário à castidade, 
facilmente triunfa de todos os outros; pelo contrário, quem
se deixa dominar da impureza, com facilidade escorre
ga em muitos outros, como são o ódio, a injustiça, o sacrilégio etc.



A castidade faz do homem um anjo.




Sto. Ambrósio acrescenta que — quem a perdeu é um demônio. Também com razão são os homens castos 
comparados aos anjos, que vivem estranhos a todos 
os prazeres da carne. São os anjos puros de sua 
natureza; os homens são-no por virtude. Segundo 
Cassiano, esta virtude iguala o homem ao anjo. Na
opinião de S. Bernardo, é só a felicidade e não 
a virtude que distingue o anjo do homem casto;
e acrescenta, — se a castidade do anjo é mais feliz,
a do homem é mais gloriosa. S. Basílio vai mais 
longe, dizendo que a castidade torna o homem 
semelhante ao próprio Deus, que é um espírito puro.

"É sempre perigosa a afeição carnal, mas mais 
perniciosa quando tem por objeto uma pessoa
devota; podem os começos ser inocentes, mas
a familiaridade é um perigo de todos instantes;
na medida em que essa familiaridade vai aume-
ntando, enfraquece-se a pureza do motivo prin
cipal, que lhe tinha dado origem". Acresce que 
o demônio sabe muito bem esconder o perigo: 
a princípio não arremessas flechas que pareçam en-
venenadas, mas que avivem a afeição, fazendo 
no coração pequenas feridas;pouco depois essas pes-
soas assim dispostas já não procedem entre si 
como anjos, como a princípio, mas como seres 
revestidos de carne; não são imodestos os olhares, 
mas mais freqüentes de parte a parte; as palavras 
parecem espirituais, mas são demasiado ternas;
depois desejam encontrar-se muitas vezes. E é 
assim, conclui o santo Doutor, que o apego espiritual se
torna carnal. Aponta S. Boaventura cinco sinais pelos quais 
se pode reconhecer quando é que a afeição de espiritual se
torna carnal:



1.º - Quando há entretenimentos longos e inúteis; e, 

desde que são longos, são sempre inúteis.

2.º - Quando há olhares e elogios recíprocos.3.º - Quando um desculpa os defeitos do outro.4.º - Quando se deixam perceber pequeninos ciúmes.5. º - Quando o afastamento causa inquietação.




Tremamos; somos de carne. O bem-aventurado Jurdano
repreendeu fortemente um dia um dos seus religiosos,
por ter dado a mão a uma mulher, ainda que sem má 
intenção; e, tendo-lhe o religioso observado que era
uma pessoa virtuosa, respondeu-lhe: "A chuva é boa
e a terra também, mas misturadas fazem lama". Esta
mulher é santa e este homem é santo; mas, se se põem 
na ocasião, ambos se perdem. "Choca o forte com o forte
e ambos caem". É sabido o caso funesto de que fala a 
História eclesiástica. Uma santa mulher, que tinha o 
costume de recolher os cadáveres dos santos mártires, 
para lhes dar sepultura, encontrou certo dia um, que tinham 
deixado por morto, mas que ainda conservava alguma 
vida. Fê-lo transportar para sua casa, onde lhe restituiu 
a saúde, à custa dos seus cuidados; mas que aco-
nteceu? A convivência fez-lhes perder a castidade e a 
graça de Deus.

Vimos acima quanto é necessário, para conservar a castidade, 
fugir à ocasião e à ociosidade; vejamos agora o que importa
fazer. Em primeiro lugar, deve-se praticar a mortificação dos
sentidos. É uma ilusão, diz S. Jerônimo, tentar viver no meio 
dos prazeres, sem cair nos vícios a que eles dão origem.
Quando o Apóstolo era atormentado pelo aguilhão da carne,
encontrava auxílio e remédio nas mortificasses do corpo: 
Castigo o meu corpo e faço dele um escravo. A carne que 
não é mortificada só dificilmente se sujeita ao espírito. Conserva-se 
a castidade no meio das mortificasses, como um lírio no meio 
dos espinhos.
FONT:

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